Cerveja: Sua história revela sua importância e cultura

A história da cerveja revela que ela não é somente a bebida mais difundida no mundo mas é também uma das mais antigas.

Na Mesopotâmia já se produzia cervejas milhares de anos antes do nascimento de Cristo. Na mesma época a produção também acontecia na China, Egito, Israel e na América Pré-Colombiana.

Entre os povos europeus, os Celtas e Germânicos, foram sem dúvida os maiores produtores e consumidores de cerveja, sendo lembrados pelas festas e banquetes regados pela bebida.

O monopólio da fabricação da cerveja até por volta do século XI continuou com os conventos, que desempenhavam relevante papel social e cultural, acolhendo os peregrinos de outras regiões.

Por isso, todo monastério dispunha de um albergue e de uma cervejaria.

Os monges por serem os únicos que reproduziam os manuscritos da época, puderam conservar e aperfeiçoar a técnica de fabricação da cerveja.

Do século XIV ao XIX, em toda Europa mas sobretudo na Bélgica, Alemanha e Inglaterra foi onde se desenvolveram diversas tipologias de cervejas, todas obtidas com um método de alta fermentação.

Com estudos específicos sobre as leveduras cervejeiras durante esta evolução, foi possível a produção de cervejas de diferentes fermentações (baixa e alta).

Os babilônios, não falavam genericamente de cerveja, mas sim de cervejas!

A cerveja comum (de cevada) era chamada de “bi-se-bar”, a cerveja chamada “bi-kal” era considerada uma cerveja de qualidade superior e “bi-gig” era uma cerveja comum escura.

Já naquele tempo aromatizavam as cervejas com damasco e mel.

A cerveja aparece no famoso código Hammurabi, onde é definido que a cerveja só pode servir de pagamento para a compra de cereais, com um valor estipulado de 5-6 quilos de cereais por 1 litro de cerveja.

A cerveja também era dada como forma de remuneração de hierarquia, quanto mais elevado o status, mais cerveja recebia, como por exemplo: um trabalhador normal recebia 2 litros, os empregados do império recebiam 3 litros, os sacerdotes e os altos administradores recebiam 5 litros.

História da Cerveja: integrada a história da humanidade

No antigo Egito, a cerveja era uma dádiva de Osiris (deus dos mortos) chamada Zythum. Por esse e outros motivos, em várias tumbas já foram encontrados vasos de cereais (na maioria das vezes, cevada), depositados ali como oferenda aos deuses. Os antigos  egípcios mostram que a cerveja e o pão eram parte da dieta diária, e tanto foram consumidos pelo ricos quanto pelo pobres.

Também no Egito, a cerveja era considerada medicamento pelas suas virtudes curativas. Existe inclusive um papiro que relata mais de 600 receitas médicas contendo cerveja.

Durante a história, são muitos os relatos da vinda da cerveja para o império romano. A mais famosa, que também seria um caso isolado, é a que se refere a Giulio Agrícola, que teria retornando de uma viagem para a Britânia, trazendo junto com ele dois mestres cervejeiros.

Durante o Império Romano a cerveja continuou a ser fabricada, apesar de ter que concorrer no gosto popular com o vinho e outras bebidas. Na própria Roma o vinho transformou-se na bebida dos deuses e a cerveja era fabricada somente nas áreas onde o vinho era difícil de obter, a cerveja passou então a ser a bebida das classes menos favorecidas.

Com o aumento do consumo da bebida, os artesãos das cidades começaram também a produzir cerveja, o que levou os poderes de públicos a se preocuparem com o hábito de se beber cerveja. As tabernas ou cervejarias, eram locais onde se discutiam assuntos importantes e muitos negócios concluíam-se entre um gole e outro de cerveja.

Na Antiguidade usava-se para a elaboração da cerveja uma variedade imensa de ingredientes para aromatizar o produto, como folhas de pinheiro, cerejas silvestres e variadas ervas. Para regularizar o processo de fabricação da cerveja, o Duque Guilherme IV da Baviera, decretou em 1516, a Lei da Pureza.

Essa lei, a mais antiga e conhecida do mundo, determina que os ingredientes que podem ser usados na fabricação de cerveja são: cevada, lúpulo e água. A levedura de cerveja ainda não era conhecida e, somente mais tarde foi incluída na lei.

Através dos séculos, com o o desenvolvimento econômico e com a revolução industrial, a cerveja deixa de ser artesanal e passa a protagonizar o comércio e na vida social. Começam a nascer as empresas que no século XX virarão grandes multinacionais.

Junto com a revolução industrial, a química também evoluiu a grandes passo, e finalmente as misteriosas leveduras foram identificadas pela primeira vez, em 1680. Entretanto, uma explicação racional sobre seu funcionamento, e sua utilidade na cerveja, só foi dada em 1739.

A numerosas variedades de cerveja ,mais de 150 estilos, são sabiamente produzidas por mestres cervejeiros de todo o mundo.

Para entender a diferença entre as varias tipologias de cerveja, precisamos antes de tudo, ver do que são feitas.

Os ingredientes básicos são 4: água, cereais (principalmente cevada), lúpulo e levedura.

Em termos simples, os fatores que determinam a tipologia de uma cerveja são:

  • Tipo e quantidade de malte;
  • Tipo, quantidade e método de lúpulo utilizado e;
  • Tipo de levedura utilizada.

Para se obter uma gama ainda maior de tipos de cerveja, alguns produtores usam cereais particulares para obter cores e sabores, também utilizam especiarias e frutas.

Os estilos e catalogação dos tipos de cerveja:

Para classificar e definir as varias tipologias cervejeiras existentes, devemos antes e tudo, iniciar do tipo de fermentação que da vida as 3 grandes famílias:

  • Ale (alta fermentação)
  • Lager (baixa fermentação)
  • Espontânea (Fermentação espontânea)

Como comentei anteriormente, a história nos conta que todos os países tradicionais produtores de cerveja produziam somente cervejas de alta fermentação, e com a chegada da revolução industrial e o desenvolvimento da química, alguns desses países começaram a se aperfeiçoar em cervejas de baixa fermentação.

Mas isso é assunto para os próximos capítulos…

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